Temperaturas recordes em 2024 em terra e no mar levaram os cientistas a questionar. Primeiramente, se essas anomalias estão de acordo com os padrões previstos de aquecimento global. Além disso, também se representam uma aceleração preocupante da degradação climática.
O calor sobre os oceanos continua persistentemente alto, apesar de um enfraquecimento do El Niño. Aliás, ele que tem sido um dos principais impulsionadores das temperaturas globais recordes no último ano.
Cientistas estão divididos sobre as temperaturas extraordinárias do ar marinho. Alguns destacam que as tendências atuais estão dentro das projeções dos modelos climáticos. Modelos sobre como o mundo se aquecerá como resultado da queima de combustíveis fósseis e florestas pelo ser humano. Outros estão perplexos e preocupados com a velocidade da mudança, pois os mares são os grandes moderadores de calor da Terra e absorvem mais de 90% do aquecimento antropogênico.
Aquecimento Global e El Niño
No início deste mês, a Organização Meteorológica Mundial anunciou que o El Niño, um padrão climático natural associado ao aquecimento do Oceano Pacífico, havia atingido o pico e havia 80% de chance de desaparecer completamente entre abril e junho, embora seus efeitos continuassem.
O diretor do Serviço de Mudança Climática Copernicus, Carlo Buontempo, disse que foi um prenúncio do que está por vir devido ao aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera: “A menos que consigamos estabilizá-los, inevitavelmente enfrentaremos novos recordes de temperatura global e suas consequências”.
Recordes de calor estão se tornando a norma, mas a extensão da anomalia sobre os mares tem provocado preocupação.
Carlos Nobre, um dos climatologistas mais influentes do Brasil, disse que nenhum modelo climático previu com precisão quão altas seriam as temperaturas da superfície do mar durante os últimos 12 meses. Dada a continuidade do calor sobre o mar, ele disse que 2024 provavelmente será outro ano incomumente quente para o mundo como um todo.