Autoridades russas declararam neste domingo que os Estados Unidos são responsáveis por um ataque ucraniano na península da Crimeia, anexada pela Rússia. O ataque, realizado com cinco mísseis fornecidos pelos EUA, matou pelo menos cinco pessoas, incluindo três crianças, e feriu outras 124.
O Ministério da Defesa russo informou que quatro dos mísseis do Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS), entregues pelos EUA e equipados com ogivas de fragmentação, foram abatidos por sistemas de defesa aérea, enquanto a munição do quinto míssil detonou no ar.
De acordo com o ministério, especialistas americanos definiram as coordenadas de voo dos mísseis com base em informações de satélites espiões dos EUA, implicando diretamente Washington na responsabilidade pelo ataque.
“A responsabilidade pelo ataque deliberado com mísseis contra os civis de Sevastopol é principalmente de Washington, que forneceu as armas à Ucrânia, e do regime de Kiev, de onde o ataque foi lançado”, afirmou o ministério.
No início deste ano, os Estados Unidos começaram a fornecer mísseis ATACMS à Ucrânia, com alcance de 300 km.
A Reuters não conseguiu verificar imediatamente os relatos de ambos os lados do campo de batalha.
Imagens da televisão estatal russa mostraram pessoas correndo de uma praia e outras sendo carregadas em espreguiçadeiras. Autoridades russas na Crimeia disseram que fragmentos de mísseis caíram logo após o meio-dia perto de uma praia no lado norte da cidade de Sevastopol, onde moradores estavam de férias.
Pelo menos 124 pessoas ficaram feridas, informou o ministro da Saúde da Rússia, Mikhail Murashko. Entre os feridos estão 27 crianças, cinco das quais em estado grave, segundo as autoridades.
Rússia promete reagir ao ataque
O Ministério da Defesa russo afirmou que a Rússia responderá ao ataque de domingo, sem fornecer detalhes específicos. O Kremlin informou que o presidente Vladimir Putin está “em contato constante com os militares” desde o ataque a Sevastopol.
Nem a Ucrânia nem os Estados Unidos comentaram o ataque, realizado no mesmo dia em que a Ucrânia reportou a morte de uma pessoa e outras 10 feridas por ataques russos na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia.
Risco de conflito direto entre EUA e Rússia
A escalada das tensões entre EUA e Rússia, ambas potências nucleares, aumenta significativamente o risco de um conflito direto, que teria consequências catastróficas. Um confronto direto entre esses países poderia desencadear um conflito nuclear, causando destruição em massa e perda de vidas em escala global. Além disso, tal conflito desestabilizaria ainda mais a ordem internacional, afetando a economia global e provocando crises humanitárias em larga escala. Portanto, a diplomacia e a resolução pacífica de conflitos são essenciais para evitar uma escalada que possa levar a um confronto direto entre essas duas superpotências.