O World, uma iniciativa inovadora de Sam Altman, cofundador do ChatGPT, tem como objetivo criar uma “identidade global” através do escaneamento da íris humana. A proposta do projeto é oferecer um registro digital único, capaz de verificar a “humanidade” de seus usuários em um cenário onde as inteligências artificiais avançam rapidamente e se tornam cada vez mais capazes de imitar interações humanas. Essa identidade digital é vista como uma forma de distinguir humanos de máquinas de forma segura e eficiente.
Retorno do World ao Brasil
O projeto World anunciou o retorno ao Brasil a partir desta quarta-feira, após uma fase de testes em 2023. A escanagem de íris será realizada em dez locais de verificação na cidade de São Paulo, onde interessados poderão fazer o cadastro gratuitamente. O Brasil é um dos primeiros países da América Latina a receber o World de forma oficial, após o lançamento piloto inicial em alguns países no ano passado.
Como Funciona o Registro com Escaneamento de Íris
O processo de registro no World ocorre presencialmente e requer o uso de um dispositivo especial chamado Orb, que escaneia a íris humana para criar um código único para cada pessoa. A empresa afirma que a imagem da íris é utilizada somente para o propósito de verificação e é descartada após a geração do código, mantendo o foco na proteção da privacidade dos dados biométricos.
Incentivos ao Cadastro no World
Os usuários que realizam o registro no World recebem uma compensação financeira de 25 moedas virtuais chamadas Worldcoin, que, na cotação atual, equivalem a aproximadamente R$ 320. O cadastro é feito mediante agendamento pelo aplicativo da World, evitando a formação de filas e promovendo uma experiência de coleta mais organizada.
Fiscalização da ANPD e a Conformidade com a LGPD
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) está acompanhando de perto a atuação do World no Brasil para garantir que o tratamento dos dados biométricos dos usuários esteja em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A proteção de informações sensíveis, como a biometria de íris, é uma preocupação central para a ANPD, que busca assegurar que todos os dados sejam processados e tratados conforme as regulamentações brasileiras.
Reunião da ANPD com Representantes da World
Em uma reunião virtual realizada na tarde de terça-feira, a ANPD reuniu-se com representantes do World para discutir o funcionamento da iniciativa. Durante a conversa, a autoridade fez diversos questionamentos sobre o projeto e solicitou informações adicionais por meio de um ofício formal. Esse processo é essencial para que a ANPD avalie os riscos e a segurança no uso dos dados biométricos coletados pelo World.
Privacidade e a Utilização da Escanagem de Íris
O foco da World está em verificar a humanidade dos usuários sem manter registros permanentes das informações biométricas. A ideia é que essa tecnologia possa ajudar na prevenção de fraudes em processos de verificação de identidade, criando um sistema seguro e confiável que aproveita o reconhecimento de íris para diferenciar humanos de inteligências artificiais e bots.
Potenciais Benefícios da Identidade Global
Além de verificar a identidade dos usuários, Sam Altman e sua equipe têm a ambição de utilizar o World para facilitar a distribuição de benefícios sociais, como a renda básica universal. A proposta é que a identidade global permita a autenticação segura das pessoas elegíveis para esses programas, assegurando que os benefícios cheguem apenas aos indivíduos cadastrados e aprovados no sistema.
Requisitos para Cadastro
O registro no World está disponível para qualquer pessoa maior de 18 anos. O projeto já gerou polêmica em diversos países, incluindo Quênia, França e Alemanha, onde autoridades expressaram preocupações quanto à privacidade e ao uso de dados pessoais. Em alguns desses locais, a coleta de dados chegou a ser suspensa devido a questões regulatórias e de segurança.
Desafios e Polêmicas Internacionais
Durante a primeira fase de testes em 2023, o World gerou filas e aglomerações devido à promessa de recompensas financeiras para os primeiros inscritos. Em países como Quênia e Alemanha, houve questionamentos sobre o cumprimento das leis de privacidade, o que levou as autoridades locais a suspenderem temporariamente o projeto. O World trabalha para ajustar suas operações às regulamentações de cada região onde atua.
Presença Internacional do World
Além do Brasil, a iniciativa do World já opera em outros países da América Latina, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru, bem como em nações como Alemanha, Polônia, Japão e Coreia do Sul. A expansão global do projeto visa transformar o World em um sistema amplamente reconhecido de verificação de identidade, adaptando-se às leis de proteção de dados de cada país.
Possíveis Consequências da Fiscalização
O processo de fiscalização realizado pela ANPD poderá resultar em recomendações específicas para a World ou até em restrições ao seu funcionamento no Brasil, caso sejam identificados riscos à privacidade dos usuários. A iniciativa precisa demonstrar que suas práticas atendem integralmente aos requisitos da LGPD para continuar operando no país de forma plena e em conformidade com as regulamentações.
Declaração Oficial do World sobre Transparência e Privacidade
Em resposta aos questionamentos da ANPD, o World destacou que está comprometido em criar tecnologias que respeitam a privacidade individual e se alinham às regulamentações locais. Em nota, a empresa declarou que dá prioridade ao engajamento com o público e com organizações de proteção de dados para garantir a transparência em suas operações, mantendo-se em conformidade com as leis de proteção de dados nos mercados onde atua.
Resumo para quem está com pressa
- World é um projeto de Sam Altman que usa escaneamento de íris para criar uma “identidade global”.
- ANPD está fiscalizando o World no Brasil para garantir conformidade com a LGPD.
- O escaneamento é realizado pelo Orb, um dispositivo que cria um código único a partir da íris e descarta a imagem.
- O cadastro oferece 25 Worldcoins aos usuários e pode ser feito em São Paulo.
- Objetivo é usar essa identidade para prevenir fraudes e, futuramente, distribuir benefícios como renda básica universal.
- Outros países já suspenderam o projeto por preocupações com a privacidade dos dados.
