O falecimento do economista e ex-ministro Antônio Delfim Netto, aos 96 anos, marca o fim de uma era na política e economia brasileiras. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou seu pesar, destacando a importância de Delfim Netto como uma das grandes referências do debate econômico no país. Aliás, ele ao lado de Maria da Conceição Tavares, que faleceu em junho. Lula enfatizou o legado deixado por ambos, cujas ideias, embora divergentes, continuarão a influenciar gerações futuras de economistas e políticos.
Delfim Netto, que nasceu em São Paulo em 1928, teve uma trajetória marcante durante o regime militar. Isto porque ocupou cargos de ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento. Além disso, destacam-se sua assinatura no Ato Institucional número 5 (AI-5), em 1968, e seu papel no chamado “milagre econômico” brasileiro. Aliás, tanto por sua complexidade política quanto por seu impacto na economia do país. Lula relembrou as críticas que fez ao economista durante décadas, mas reconheceu a importância de suas contribuições para as políticas de desenvolvimento e inclusão social implementadas em seus governos.
Cenário político
No cenário político, Delfim Netto foi uma figura influente. Além de seu papel no regime militar, ele foi deputado federal durante a Constituinte de 1987 e reeleito diversas vezes, representando São Paulo até 2007. Sua atuação legislativa se destaca por debates econômicos intensos, onde, apesar das divergências, ele demonstrava um compromisso inabalável com o crescimento econômico do Brasil. Rodrigo Pacheco, presidente do Congresso Nacional, e Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, também prestaram suas homenagens, ressaltando o papel crucial de Delfim na formulação de políticas econômicas.
O “milagre econômico” brasileiro, período de forte expansão econômica entre 1967 e 1974, é um dos legados mais destacados de Delfim Netto. Durante sua gestão como ministro da Fazenda, o Brasil experimentou um crescimento significativo, que, apesar de controverso, moldou a economia do país nas décadas subsequentes. Mercadante e outras autoridades, como o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, destacaram a capacidade de Delfim de se adaptar e continuar relevante mesmo após a redemocratização, atuando como conselheiro econômico e apoiador de políticas de inclusão social.
Ministério da Fazenda
O Ministério da Fazenda, em nota, reconheceu a importância de Delfim Netto como um referencial no debate econômico brasileiro, influenciando diferentes fases da história do país. Sua capacidade de fomentar discussões e contribuir para a formulação de políticas públicas aparece como um de seus maiores legados. Delfim Netto, apesar de suas associações com o regime militar, é lembrado também por seu compromisso com o desenvolvimento nacional e a valorização de setores estratégicos como a agricultura, sendo um dos mentores da Embrapa.
A morte de Delfim Netto encerra um capítulo significativo na história econômica e política do Brasil. Sua contribuição para o pensamento econômico, seu papel no regime militar e sua relevância contínua após a redemocratização fazem dele uma figura complexa e essencial para a compreensão do Brasil contemporâneo. Delfim Netto será lembrado não apenas por suas realizações, mas também por seu impacto duradouro no desenvolvimento econômico e social do país.
Resumo para quem está com pressa:
- Delfim Netto, economista e ex-ministro, faleceu aos 96 anos, em São Paulo.
- Lula destacou o legado de Delfim Netto e Maria da Conceição Tavares no debate econômico brasileiro.
- Delfim foi ministro durante o regime militar e deputado federal até 2007.
- Seu papel no “milagre econômico” marcou a expansão econômica do Brasil entre 1967 e 1974.
- Apesar das divergências, Delfim contribuiu para políticas de desenvolvimento e inclusão social nos governos de Lula.
- A morte de Delfim Netto encerra um capítulo importante na história política e econômica do Brasil.
Com informações da Agência Brasil