A mais recente pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC), intitulada “Visão de longo prazo: como a ordem econômica global mudará até 2050?”, projeta uma significativa reconfiguração da ordem econômica mundial nas próximas décadas. O relatório destaca que os mercados emergentes terão um papel predominante, com várias dessas economias ultrapassando países tradicionalmente fortes. Essa mudança no cenário global reflete o potencial desses mercados em desenvolver suas infraestruturas e melhorar a eficiência institucional.
Mercados emergentes em ascensão
De acordo com o relatório da PwC, seis dos dez maiores PIBs mundiais em 2050 serão de mercados emergentes. Esses países estão projetados para crescer a uma taxa duas vezes superior à das economias avançadas. No entanto, para concretizar esse potencial, será necessário um esforço significativo em investimentos em infraestrutura e melhorias institucionais, fatores fundamentais para garantir um crescimento sustentável e de longo prazo.
Projeções de PIB para 2050
A pesquisa da PwC utiliza o Produto Interno Bruto ajustado pela Paridade do Poder de Compra (PPP) como base para suas projeções. A PPP é uma métrica essencial para comparar a produtividade econômica entre países, ajustando as diferenças no custo de vida e permitindo uma avaliação mais precisa do poder econômico real. Com base nessa métrica, países como China e Índia estão em uma trajetória de ascensão, enquanto economias avançadas, como os Estados Unidos e a Alemanha, continuarão a desempenhar um papel importante, mas em posições mais baixas.
Projeções de PIB para 2050 (em trilhões de dólares PPP):
- Reino Unido: 5,369
- Alemanha: 6,138
- Japão: 6,779
- México: 6,863
- Rússia: 7,131
- Brasil: 7,540
- Indonésia: 10,502
- Estados Unidos: 34,102
- Índia: 44,128
- China: 58,449
A dominância da China e da Índia
As economias da China e da Índia são as grandes protagonistas nas projeções da PwC. A China, já consolidada como a maior economia em termos de PPP, continuará a crescer e ampliar sua vantagem sobre outros países, alcançando um PIB estimado em US$ 58 trilhões até 2050. A Índia, por sua vez, deverá ultrapassar os Estados Unidos, consolidando-se como a segunda maior economia do mundo, com um PIB projetado de US$ 44 trilhões. Esse crescimento acelerado reflete os investimentos massivos em infraestrutura e as reformas econômicas implementadas por esses países.
O papel dos Estados Unidos na nova ordem econômica
Embora os Estados Unidos permaneçam entre as maiores economias globais, sua posição será superada pela China e pela Índia até 2050, segundo as projeções da PwC. O PIB americano, ajustado pela PPP, deverá alcançar US$ 34 trilhões, o que mantém sua relevância, mas indica uma redistribuição do poder econômico em favor dos mercados emergentes. Ainda assim, a força econômica dos EUA será vital para sustentar o equilíbrio no comércio internacional e nas inovações tecnológicas.
América Latina: Brasil em destaque
Na América Latina, o Brasil se destaca como uma das principais economias emergentes, com um PIB projetado de US$ 7,540 trilhões em 2050. O país tem um potencial significativo para crescimento, desde que enfrente desafios como a modernização da infraestrutura e a melhoria do ambiente de negócios. A PwC ressalta que a trajetória de crescimento do Brasil depende de sua capacidade de atrair investimentos e melhorar a governança institucional, permitindo que o país alcance seu pleno potencial.
A relevância da Paridade do Poder de Compra (PPP)
O uso da PPP como métrica no relatório da PwC permite uma análise mais precisa das economias globais, ajustando as diferenças no custo de vida entre os países. A PPP reflete melhor a capacidade real de compra das populações e o valor produzido por cada economia, sendo especialmente útil para analisar mercados emergentes que têm custos de vida mais baixos, mas que possuem um grande potencial produtivo.
Relação entre produtividade e qualidade de vida
O aumento da produtividade econômica está diretamente ligado à melhoria dos padrões de vida. Economias que conseguem aumentar sua produtividade são capazes de gerar mais bens e serviços, criando mais empregos e elevando os salários. Além disso, esse crescimento possibilita melhores serviços públicos, que são essenciais para o bem-estar social. No entanto, o relatório da PwC também alerta para a necessidade de políticas de equidade, para garantir que a prosperidade econômica seja amplamente distribuída e que não haja um aumento nas desigualdades.
Desafios para os mercados emergentes
Embora os mercados emergentes tenham grande potencial de crescimento, eles também enfrentam desafios consideráveis. A PwC destaca a necessidade de investimentos contínuos em infraestrutura, que são essenciais para sustentar o crescimento econômico. Além disso, melhorias nas instituições governamentais e na governança corporativa serão fundamentais para criar um ambiente de negócios estável e atrativo para investidores internacionais.
Impacto nas economias avançadas
As economias avançadas, como as dos Estados Unidos, Alemanha e Japão, continuarão a desempenhar um papel importante na economia global, mas perderão posições relativas para os mercados emergentes. O desafio para essas economias será manter sua relevância em um cenário de competição crescente, adaptando-se às novas realidades globais e inovando em setores de alta tecnologia e serviços especializados.
O equilíbrio entre produtividade e equidade
O relatório da PwC conclui que, para que o crescimento dos mercados emergentes seja sustentável, é essencial que eles encontrem um equilíbrio entre produtividade e justiça social. O crescimento econômico não pode ser visto de forma isolada; é necessário garantir que as políticas públicas promovam a inclusão e a equidade, para que os benefícios do crescimento sejam amplamente compartilhados. Isso será crucial para evitar tensões sociais e garantir um desenvolvimento verdadeiramente inclusivo.
Resumo para quem está com pressa:
- PwC projeta que, até 2050, seis das dez maiores economias serão de mercados emergentes.
- China e Índia liderarão o ranking global, com PIBs projetados em US$ 58 trilhões e US$ 44 trilhões, respectivamente.
- Estados Unidos cairão para a terceira posição, com um PIB de US$ 34 trilhões.
- Brasil se destacará na América Latina, com um PIB estimado em US$ 7,540 trilhões.
- Paridade do Poder de Compra (PPP) é a métrica usada para ajustar as projeções econômicas.
- Desafios incluem a necessidade de melhorias institucionais e investimentos em infraestrutura para sustentar o crescimento dos mercados emergentes.