O jogo Black Myth: Wukong está causando grande alvoroço na indústria de games, destacando a China como uma potência emergente no desenvolvimento de títulos AAA. O icônico Rei Macaco, figura lendária da cultura chinesa, está agora no centro das atenções globais, após a estreia mundial do jogo em 20 de agosto.
Fenômeno de acessos
A recepção do Black Myth: Wukong foi impressionante, com o título rapidamente se tornando o segundo jogo mais popular de todos os tempos. Em apenas 24 horas após o lançamento, o jogo superou recordes de outros títulos renomados, como Cyberpunk 2077 e Counter-Strike 2. No pico de acesso, a plataforma Steam registrou 2,2 milhões de jogadores online simultâneos ao redor do mundo.
Além disso, o buzz em torno do Black Myth: Wukong gerou um impacto significativo nas redes sociais, com hashtags relacionadas acumulando 1,7 bilhão de visualizações na plataforma chinesa Weibo, conhecida como o equivalente ao X (antigo Twitter). Este sucesso destaca a crescente influência da China no cenário global de games.
A importância do lançamento é amplificada pelo fato de que o Black Myth: Wukong é um dos primeiros jogos AAA desenvolvidos localmente na China para PC e consoles, incluindo o PlayStation 5. A classificação AAA refere-se a jogos com orçamentos altos e grande expectativa devido à sua qualidade gráfica e de jogabilidade.
Confira o trailer do jogo:
China dominando mercado
O sucesso do Black Myth: Wukong marca um ponto de inflexão significativo para a indústria de jogos chinesa. Segundo o Goldman Sachs, é esperado que mais jogos AAA desenvolvidos na China entrem no mercado global no futuro. A Topsperity Securities, sediada em Xangai, acredita que o jogo aumentará a visibilidade e o reconhecimento dos jogos chineses em todo o mundo.
No entanto, este avanço não implica que estúdios ocidentais ficarão para trás. O diretor administrativo da UBP, Vey-Sern Ling, acredita que o sucesso de Wukong pode incentivar o surgimento de novos jogos AAA. Daniel Ahmad, analista sênior da Niko Partners, confirma que o sucesso do jogo demonstra que desenvolvedores chineses podem competir globalmente.
Cenário no Brasil
No cenário brasileiro, a indústria de games está se expandindo rapidamente. Marina Coelho, Global PMO Account Manager da dLocal, aponta que a América Latina representa 10% dos jogadores globais, uma porcentagem significativa em comparação com outras regiões. A consultoria Konvoy projeta que o mercado global de videogames alcançará quase US$ 190 bilhões até 2027, com o mercado brasileiro contribuindo com US$ 3,2 bilhões.
Além do impacto econômico, a popularidade do Black Myth: Wukong pode reforçar o soft power da China, similar ao efeito da cultura K da Coreia do Sul. Desenvolvido pela Game Science e apoiado pela Tencent, o jogo é baseado na história do Rei Macaco, Sun Wukong, do clássico romance chinês “Jornada para o Oeste”.
Conheça o jogo
O personagem Sun Wukong, que ganha poderes sobrenaturais e pode se transformar em diversas formas, é um ícone cultural na China. José Renato Peneluppi Júnior, especialista em China, observa que o personagem simboliza uma figura de poder e resistência, algo que ressoa com a narrativa do Partido Comunista Chinês dos anos 60.
Por fim, o Black Myth: Wukong oferece aos jogadores uma oportunidade de explorar e compreender mais profundamente a rica cultura tradicional chinesa enquanto se divertem com um jogo de alta qualidade.
Resumo para quem está com pressa:
- Black Myth: Wukong é um dos maiores sucessos recentes na indústria de games, destacando a China no mercado global.
- Lançado em 20 de agosto, o jogo rapidamente se tornou o segundo mais popular de todos os tempos.
- O título alcançou 2,2 milhões de jogadores online simultâneos no Steam e 1,7 bilhão de visualizações no Weibo.
- É um dos primeiros jogos AAA desenvolvidos na China para PC e consoles, incluindo o PlayStation 5.
- A popularidade do jogo pode incentivar o desenvolvimento de mais jogos AAA chineses e aumentar a visibilidade dos jogos da China.
- O Black Myth: Wukong também pode reforçar o soft power da China, semelhante ao impacto da cultura K da Coreia do Sul.