Após os ataques com explosões de pagers no Líbano, o país enfrentou uma nova onda de violência nesta quarta-feira (18), com atentados direcionados a walkie-talkies usados por membros do Hezbollah. As explosões ocorreram tanto na capital Beirute quanto no sul do Líbano, em cidades como Nabatieh, Tiro e Sídon, gerando caos e vítimas entre a população.
Número de mortos e feridos
De acordo com a imprensa estatal libanesa, as explosões de hoje deixaram três mortos e mais de 100 feridos, segundo o Ministério da Saúde. As equipes de socorristas, já sobrecarregadas pelos eventos do dia anterior, continuam a atender as vítimas, enquanto ambulâncias percorrem as ruas das cidades mais afetadas para prestar assistência médica.
Esses novos ataques a walkie-talkies refletem a continuidade de uma ação sistemática contra os meios de comunicação usados pelo Hezbollah. Na tentativa de evitar o rastreamento por Israel, o grupo vinha trocando celulares por pagers e walkie-talkies, dispositivos considerados menos suscetíveis à interceptação de dados.
Locais das explosões
Os ataques também foram registrados em cidades ao sul do país, como Nabatieh, Tiro e Sídon, locais onde o Hezbollah tem forte presença. As explosões levaram o Exército libanês a emitir um alerta, pedindo que a população evitasse se reunir em áreas de conflito para facilitar o trabalho das equipes de socorro e evitar mais baixas.
Pagers, o primeiro alvo
O episódio de ontem, que teve como alvo principal pagers, foi especialmente devastador. As explosões desses dispositivos deixaram 12 mortos e cerca de 2.750 feridos, de acordo com o governo libanês. A suspeita é de que os pagers tenham sido manipulados com explosivos ativados via chips e algoritmos, tornando os dispositivos mortais no momento em que uma mensagem era recebida.
As explosões dos pagers ocorreram de forma quase instantânea, sem dar chance de defesa aos usuários. Em questão de segundos após a recepção de uma mensagem de texto, os dispositivos explodiam, mesmo que os usuários não tivessem aberto ou lido o conteúdo.
Aparelhos são usados pelo Hezbollah
Nos últimos meses, o Hezbollah passou a adotar pagers e walkie-talkies como alternativas aos celulares, após determinar que seus agentes não utilizassem mais smartphones, considerados vulneráveis a rastreamento por parte de Israel. Esses dispositivos, populares nas décadas de 1980 e 1990, funcionam com ondas de rádio, sendo considerados uma forma mais segura de comunicação em ambientes de conflito.
Embora as explosões dos walkie-talkies de hoje não tenham sido tão devastadoras quanto as dos pagers, o medo e a insegurança continuam a crescer no Líbano. Até o momento, o governo libanês e o Hezbollah não apontaram diretamente os culpados pelos atentados de hoje, mas a suspeita continua recaindo sobre Israel, que já havia sido acusado pelos eventos de ontem.
Governo israelense nega envolvimento
Apesar das acusações, o governo israelense, liderado por Benjamin Netanyahu, negou qualquer envolvimento nos ataques tanto de ontem quanto de hoje. Enquanto as investigações continuam, o clima de tensão permanece no Líbano, agravado pelo luto e pela preocupação com novos episódios de violência.
Resumo para quem está com pressa:
- Novas explosões atingiram walkie-talkies usados pelo Hezbollah no Líbano.
- Três pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas nos ataques de hoje.
- Ontem, 12 pessoas morreram e 2.750 ficaram feridas em explosões de pagers.
- Os pagers foram manipulados com explosivos ativados por chips e algoritmos.
- O Hezbollah substituiu celulares por pagers e walkie-talkies para evitar rastreamento por Israel.
- O governo libanês e o Hezbollah suspeitam de Israel, que negou envolvimento.