As ações da Americanas (AMER3) viveram mais um dia de intensa volatilidade no mercado financeiro. Nesta terça-feira (27), após permanecerem cerca de uma hora em leilão, os papéis abriram o pregão com uma impressionante alta, que se manteve ao longo do dia, encerrando com uma valorização de 40%, a R$ 7,00. Esse movimento ocorre após o grupamento das ações na proporção de 100 para 1, uma estratégia adotada pela companhia em meio ao seu processo de recuperação judicial.
Valor anterior negativo
Na sessão anterior, os papéis da Americanas fecharam em um valor histórico negativo de R$ 0,05, marcando uma queda acumulada de 99,58% desde os R$ 12 registrados antes do escândalo contábil bilionário que abalou a empresa. Com o ajuste pós-grupamento, as ações passaram a ser cotadas a R$ 5, mas rapidamente dispararam, refletindo uma possível recuperação de confiança dos investidores.
Os papéis da Americanas já vinham sendo negociados em valores próximos a centavos, aprofundando as perdas especialmente em agosto, quando a empresa divulgou o balanço do primeiro semestre de 2023. Além disso, o fim do período de lockup para alguns credores que se tornaram acionistas no acordo de recuperação judicial contribuiu para a pressão de venda sobre as ações, intensificando a volatilidade.
Crise
A crise da Americanas começou a se desenhar em 11 de janeiro de 2023, quando a companhia revelou inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões. Naquele dia, os papéis fecharam a R$ 12, mas já no dia seguinte, após a revelação do rombo, o valor das ações despencou para R$ 3,15, dando início a um ciclo de forte desvalorização e à subsequente recuperação judicial da empresa.
O processo de recuperação judicial foi um marco importante na tentativa da Americanas de estabilizar sua situação financeira. No final de julho de 2023, o conselho de administração da empresa homologou parcialmente um aumento de capital de R$ 24,5 bilhões, parte fundamental do plano de recuperação. Este aumento envolveu a emissão de novas ações ao preço de R$ 1,30, o que diluiu o valor das ações existentes, mas também foi visto como um passo necessário para a reestruturação da empresa.
Novas expectativas
A alta significativa nas ações nesta última sessão pode ser interpretada como um reflexo de expectativas renovadas por parte do mercado, que agora aguarda os próximos passos da Americanas na implementação de seu plano de recuperação. No entanto, a volatilidade extrema continua a ser uma característica marcante dos papéis da companhia, indicando que a confiança total do mercado ainda está longe de ser restabelecida.
Investidores e analistas continuam a monitorar de perto a evolução do plano de recuperação judicial da Americanas, bem como o impacto de suas medidas financeiras e administrativas sobre o desempenho das ações. A trajetória da companhia nos próximos meses será crucial para determinar se este recente movimento de alta representa uma recuperação sustentável ou apenas uma reação temporária em meio a um ambiente ainda altamente incerto.
Resumo para quem está com pressa:
- As ações da Americanas (AMER3) subiram 40% após o grupamento de 100 para 1.
- O valor das ações saltou de R$ 5 para R$ 7,00 no primeiro pregão após o grupamento.
- Anteriormente, os papéis estavam em queda acentuada, chegando a R$ 0,05.
- O rombo contábil de R$ 20 bilhões, revelado em janeiro de 2023, iniciou a crise.
- A empresa está em recuperação judicial, com aumento de capital de R$ 24,5 bilhões.
- A volatilidade extrema das ações ainda reflete a incerteza do mercado.